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sábado, 29 de setembro de 2012

A RECONVENÇÃO DOS PORCOS

E os porcos prometem se tornarem Protagonistas da AÇÃO.
 
 


Do ponto de vista totalitário engendrado acima, percebe-se que toda a humanidade se tornará silente, obediente a um único poder. Toda a ação contrária a ele será a execução de uma sentença de morte que a lei de sua própria natureza impõe e que o terror manterá em constante atividade. O terror escolhe suas vítimas segundo a necessidade objetiva e escolhe seus algozes na mais elementar insignificância por suas convicções e estima ao expurgado.

O objetivo da imposição totalitária é a eliminação da convicção e destruir a capacidade de adquiri-la. Nenhum princípio humano orientador de uma conduta prevalece, nenhuma virtude, nenhuma honra, apenas o medo.

As ideologias políticas se manifestam em forma de situações pragmáticas do indivíduo exteriorizadas pelo mundo sensível do ser, ou seja, cria-se uma situação oriunda da fraqueza natural do indivíduo, tornando-a pública, induzindo-o ao reducionismo compulsório de seus atos, crenças, verdades, força e humilhações. Uma inversão de valores entre si e seus súditos, inocentes que são, passam a ser menosprezados e agredidos como se vilão fossem. A máquina de fazer dinheiro e status permanece intacta e sem manchas enquanto seus oponentes perdem total identidade quando não assassinados.

A propaganda política distorce a realidade e procura sempre filtrar um significado secreto em cada evento público orientado e premeditado na intenção secreta de cada ato político.

“Fácil, extremamente fácil”! Não venceriam nem uma criança se assim não fosse.

Na linguagem política, a ilegalidade e a simulação de seus atos é vitória. Corromper ou ser corrompido não é a minha praia.

No meu mundo a nobreza não é sinônimo de status. Dinheiro é apenas fluxo de mercadoria ou comércio. Descanso é a paz interior. “(...) onde eu possa plantar meus amigos, meus livros, meus discos e nada mais.” (Elis Regina)

 

“A asa de uma ave, camaradas, é um órgão de propulsão e não de manipulação. Deveria ser olhada mais como uma perna. O que distingue o Homem é a mão, o instrumento com que perpetra toda a sua maldade.” (ORWELL, 1989, P.29)

BIBLIOGRAFIA:
( ORWELL, George, A revolução dos bichos. Tradução Heitor Ferreira. Rio de Janeiro: Globo, 1999 - 91-92; 97-98


 
 
 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O PLANO PERFEITO E O "PACATO CIDADÃO"

 
 

A IMPUNIDADE NÃO SERÁ MOTIVO DE CONDESCENDÊNCIA!

Meus agradecimentos a quem sabe distinguir que "a partir da PERCEPÇÃO dos entrevistados desenvolvemos nossa análise identificando os tipos de contribuição que os foram capitalizando ou descapitalizando." ( SEM LIBERDADE, SEM DIREITOS - DA TEORIA DO DELITO E A QUESTÃO DA PERCEPÇÃO)
Com muita satisfação e hombridade, dispenso meus comentários pessoais para forçar, aqui, ao leitor tirar suas próprias conclusões, buscar as experiências vividas como espectadores do medo, o verdadeiro significado que os trechos deste livro descreve tecnicamente a política e "a forma pela qual o período vivido na internação é expressada." Concordo em gênero, número e grau.

Assim desenvolve partes do texto: "SEM LIBERDADE, SEM DIREITOS - DA TEORIA DO DELITO E A QUESTÃO DA PERCEPÇÃO"
"Portanto, um comportamento adequado às normas sociais não deve ser obedecido apenas por uma necessidade de conviniência, mas, principalmente, pelas consequências dolorosas que o desrespeito `as normas poderá causar.
O excesso de sofrimento causado pelos suplícios e o visível sadismo, no sentido atual, exercido pelos que detinham o poder de determiná-lo e aplicá-lo evidenciaram que este uso tinha transcendido a sua função básica de controle do delito, excedendo-se na truculência e na crueldade de tal forma que em muitos casos o efeito obtido era absolutamente oposto ao desejado. Uma certa desproporção do mal causado com o mal sofrido levava as multidões que assistiam à execução do suplício a ver no suplicado uma vítima e no juíz ou quem o determinasse, um injusto.
Na segunda metade do século XVIII a contestação do suplício ganha adeptos mais respeitáveis como os parlamentares, os filósofos e juristas, que traduzem em teorias de fundo humanitário as críticas ao suplício.
A partir dessas críticas é construída o que foucault chama de "uma economia das penas", com critérios de proporcionalidade entre o seu rigor e o tipo de delito.
O pelourinho, o destroçamento público, os grilhões, a tortura pública de punição mais velados, estudados, estruturados e fundamentados.
Alguns princípios vão sendo construídos para alicerçar a ideologia das penas:
1. [...] É preciso dar às penas toda a conformidade possível com a natureza do delito, a fim de que o medo de um castigo afaste o espírito do caminho por onde ele era levado na perspectiva de um crime vantajoso. [...] Que o castigo decorra do crime: que a lei pareça ser uma necessidade das coisas, e que o poder aja mascarando-se sob a força suave da natureza [...]

(Meu comentário: tem gente que por pura ignorância ou oposição acredita ou quer fazer-se acreditar que essa técnica é um tipo de HUMOR ou PALHAÇADA para esconder a DOR. Errado camaradas!)

2. Inverter a relação das intensidades, fazer que a representação da pena e de suas desvantagens seja mais viva que a do crime com seus prazeres [...]

3. O papel da duração deve estar integrado à economia da pena. O tempo, operador da pena [...]

4. Pelo lado do condenado, a pena é uma mecânica dos sinais, dos interesses e da duração. Mas o culpado é apenas um dos alvos do castigo. Este interessa principalmente aos outros: todos os culpados possíveis [...]

5. No suplício corporal o terror era o suporte do exemplo: medo físico, pavor coletivo, imagens que devem ser gravadas na memória dos espectadores, como a marca na face ou no ombro do condenado. O suporte do exemplo, agora, é a lição, o discurso, o sinal decifrável, a encenação e a exposição da moralidade pública. O suplício como festa é substituído pela pena como luto [...]

6. Se a recodificação for bem feita, se a cerimônia de desenrolar como deve, o crime só poderá aparecer então como uma desgraça e o malfeitor como um inimigo a quem se reensina a vida social [...] (Foucault, 1996: 94-100)

Elemento pouco presente no suplício e que ganha relevância na pena é a disciplina. O ordenamento arquitetônico; a disposição organizada dos corpos em filas, alas e pelotões; a estruturação do tempo em horários determinados e rigorosos; a distribuição de tarefas; a distribuição da autoridade em hierarquias; e todo um conjunto de normas reestabelecidas determinam uma ordem imutável das coisas e das pessoas dirigidas à pretensa finalidade de, pela disciplina, dar ordem ao mundo.
A cada tipo de problema social corresponderá uma arquitetura de confinamento. Os hospitais para os doentes físicos, os orfanatos para as crianças sem pais, os manicômios para os doentes mentais, o internato para os estudantes, os mosteiros para os religiosos, os albergues para os mendigos e a prisão para os criminosos.
(Meu comentário: Em Vespasiano há casos, em que o tipo de confinamento mais usado é o manicômio (cárcere privado), onde o suplicado terá um diagnóstico de esquizofrenia ou loucura, com aplicação de remédios que evitem a reação da vítima até a perda total de bens patrimoniais, pessoais e racionais)
Esses locais com seus corredores, escadas, pátios e diferentes ambientes só podem acomodar pessoas a partir de uma distribuição espacial organizada. O deslocamento dos indivíduos no interior do confinamento exige um planejamento minucioso para..." (p. 50-51)

"A visão economicista de um tipo ortodoxo de marxismo corrobora esta tendência de alienar o indivíduo da sua capacidade de interferir para além do econômico e do político. (...) centrar-se mais nos aspectos ideológicos e das determinações específicas de dominação, o que numa interpretação mais extrema poderia nos levar a pensar o indivíduo como resultado do sistema; enquanto a valorização da dimensão simbólica leva a uma supervalorização dos modos pelos quais o agente ordena a realidade que o envolve. Nessa perspectiva, observa-se que a preocupação de Bourdieu é de juntar o conhecimento da organização interna do campo simbólico com a sua função ideológico política de legitimar uma ordem arbitrária.

(...) as representações simbólicas envolvidas na prática dos sujeitos sociais e as reproduções ideológicas impostas implícita ou subliminarmente pelos aparelhos de conservação cultural.

Temos a percepção de que os adolescentes autores de atos infracionais, ao transgredirem uma norma social, o fazem num processo de autuação singular de um campo de poder, onde realizam determinados desejos com as forças das quais dispõem, uma vez que os valores e as representações oferecidos não têm correspondência prática com suas necessidades do cotidiano. (p. 46-47)

"De nada adiantam as explicações e justificativas de caráter técnico sofisticadas, se a percepção do sujeito que viveu a experiência coflitiva não estiver colocada como uma referência analítica importante." (p. 64)

Comentário: Não se trata, apenas, de se colocar como "referência analítica importante", o que seria muito difícil quando o ambiente já se encontra totalmente alienado e dominado pela ignorância, ou, onde o LUXO e o LIXO representam mais que o caráter. Mas dar forma e transparência aos "sistemas simbólicos" e estruturados "sob forma transfigurada, isto é, dar forma as funções políticas dentro de uma sociedade, "ao legitimar uma ordem arbitrária; em termos mais precisos, é porque enquanto uma estrutura estruturada, ela reproduz sob forma transfigurada e, portanto, irreconhecível, a estrutura das relações sócio econômicas prevalecentes que, enquanto uma estrutura estruturante (como uma problemática), a cultura produz uma representação do mundo social imediatamente ajustada à estrutura das relações sócio econômicas que, doravante, passam a ser percebidas como naturais e, destarte, passam a contribuir para a conservação simbólica das relações de forças vigentes." (P. 46-47)


MUITÍSSIMO OBRIGADA!

Referencias:

BOURDIER, Pierre. Sem liberdades, sem direitos. Da teoria, do delito e a questão da percepção. (é necessário confirmação e estou procurando)

domingo, 16 de setembro de 2012

NOBREZA E GENEALIDADE: GENIALIDADE


Atualizado em 27.06.2013
Uma análise Singular do filme "Uma Mente Brilhante"
resumo dos primeiros 10 minutos do filme. (Modifica publicação em 16.04.2012)
Setembro de 1947 – discurso de um professor

“Os matemáticos venceram a guerra.
Os matemáticos decifraram os códigos Japoneses e construíram a BOMBA ATÔMICA.
MATEMÁTICOS como vocês.
Os soviéticos querem implantar o comunismo no mundo. Seja na medicina, na economia, na tecnologia ou no espaço. Traçam-se linhas de COMBATE.
Para triunfar são precisos resultados PUBLICÁVEIS, APLICÁVEIS, RESULTADOS.
Qual de vocês será o próximo Morse? O próximo Einsten?
Qual de vocês será a VANGUARDA DA DEMOCRACIA, DA LIBERDADE E DA DESCOBERTA?”

Diálogo de JOHN NASH e CHARLES
NASH:

_ Eu não posso perder tempo com essas aulas e esses livros. Decorando as tolas suposições de mortais inferiores. Tenho que olhar além ... a DINÂMICA DE GOVERNOS.
Encontrar uma IDÉIA ORIGINAL. É o único jeito de me ...

Completa CHARLES:
_ SER ÚTIL.

NASH:
_ Sim. As aulas nublam a mente. Destroem toda a criatividade autêntica. Se eu pudesse derivar um EQUILIBRIO, onde prevalecer não fosse uma SINGULARIDADE, onde ninguém PERDESSE.
Imagine só os efeitos em cenários de conflitos, negociações de armas, câmbios de moedas

...CHARLES INTERROMPE e NASH INTERROGA:
_Você não sabe respeitar “DELIRÍOS COGNITIVOS”, sabia?

CHARLES:
_ Sei ... mas respeito imensamente pizza e cerveja também...

Um diálogo com o professor
NASH:
_ainda estou procurando uma IDÉIA ORIGINAL.
PROFESSOR:
_inteligente, mas não é o que gostaríamos!
NASH:
_vencer as regras! É despeito deles assistir as aulas, ler livros ...

John Nash no bar com os colegas

Excepcionalmente, e finalizando essa introdução, é importante destacar John Nash arrematando sua superioridade e equilibrio quando desenvolve sua tese contrapondo-se ao conceito clássico de Adam Smith sobre a adversidade ou competição.
Na mesa do bar, o grupo de amigos entusiasmados e brincalhões, trazem à tona conceitos de Adam Smith, o pai da economia moderna:
“Em uma competição, a ambição individual serve ao bem comum”
"É cada um por si senhores!"  
Nesse sentido, Nash entende que Adam Smith precisa de uma revisão quando ele afirma que o melhor resultado se obtém quando todos no grupo fazem o melhor para si.

Nash:

“_ Incompleto... incompleto. O melhor resultado é obtido quando todos do grupo fazem o melhor para si e para o grupo.”
Openheimer já dizia: “O gênio sabe a resposta antes da pergunta.”

Momentos interessantes
​​
a.“Eu imagino que já tenha se acostumado a calcular mau!”
b.“Aterrorizado, amedrontado, petrificado, estupefato. Contra você?”
c.“A convicção é, no fim, um luxo para quem apenas observa.”
d.“Existem missões das quais sua falta de ligações pessoais são consideradas uma vantagem.”
e.“Notamos que o zero da função zeta de Riemann. Corresponde à singularidade no espaço e no tempo, então, a teoria convencional dos números é invalida face a exploração relativista. As vezes, nossas expectativas são traídas pelos números. E é impossível designar um valor racional das variáveis.”
f.“O que as pessoas fazem? Vivem. Fazem o que tem que fazer. É só acrescentar significado.”

Comentando a performance da primeira parte do filme percebe-se que NASH tem um imenso desejo de escrever sobre Política, democracia e liberdade relacionando-os com os mistérios que giram em torno da “DINÂMICA DE GOVERNOS”, o que para época, era extremamente perigoso falar, tanto que, não era um TEMA ao interesse da Faculdade.
Sobre algo parecido Michel Foucault, por volta dos anos 50 – 60, estudou um dos problemas que se colocava o estatuto político da ciência e funções ideológicas que podia veicular na época. Foucault acreditava ter descoberto a HISTÓRIA DA LOUCURA dentro do contexto de PODER e SABER.




"A questão era o fato de que a Psiquiatria não interessava em absoluto aqueles a quem detinham o poder e a ordem numa sociedade, considerando-a como “um problema politicamente sem importância, e epistemologicamente sem NOBREZA." (Foucault, 1979, p. 1-3)


Nesse ponto de vista e SEM CONHECER OS FATOS VERDADEIROS DA HISTÓRIA DE JOHN NASH, sua genialidade, a esquizofrenia e o mundo a sua volta, venho CRITICAR e INTERPRETAR de forma muito SINGULAR as informações que absorvi nessa trágica travessia do VIVER DE UM GÊNIO. Criticando de forma argumentativa e totalmente hipotética, a única certeza que tenho e que não se pode negar a partir do momento que se tem uma visão minuciosa e crítica do filme, uma “DESCOBERTA DA PSIQUIATRIA” não apenas como uma MEDICINA do comportamento humano, do estudo e do tratamento da doença mental, mas também como um “REGIME NO DISCURSO DO SABER” e DA "VIGILÂNCIA PERMANENTE", ou seja, uma das formas de “exercício do poder” como o “esquadrinhamento disciplinar da sociedade” – a “ utilização política da psiquiatria” como um fenômeno de “DOMÍNIO de penalidade, das prisões e das disciplinas”. (FOUCAULT, 1979)
Sobre isso Michel Foucault acrescenta em sua obra “Microfísica do Poder”, Introdução – Por uma Genealogia do Poder:




“ (...) a vigilância é um de seus principais instrumentos de controle. Não uma vigilância que reconhecidamente se exerce de modo fragmentar e descontínuo; mas que é ou precisa ser vista pelos indivíduos que a ela estão expostos como contínua, perpétua, permanente, que não tenha limites, penetre nos lugares mais recôndidos, esteja presente em toda a extensão do espaço. INDISCRIÇÃO COM RESPEITO A QUEM ELA SE EXERCE QUE COMO CORRELATO A MAIOR DISCRIÇÃO POSSÍVEL DA PARTE DE QUEM A EXERCE. OLHAR INVISÍVEL – como o do Panoption de Bentham, que permite ver tudo permanentemente sem ser visto – que deve impregnar QUEM É VIGIADO de tal modo que este adquira de si mesmo a visão de quem olha. Finalmente, a disciplina implica um registro contínuo de conhecimento. Ao mesmo tempo que exerce um poder, produz um saber. (Ibidem, p. 18 )

(...) é o hospício que produz o louco como doente mental, personagem individualizado a partir da instauração de relações disciplinares de poder. Em suma o poder disciplinar não destrói o indivíduo; ao contrário, ele o fabrica. O indivíduo não é o outro do poder, realidade exterior, que é por ele anulado; é um de seus mais importantes efeitos. Essa análise, porém, é histórica e específica. Não é, certamente, todo poder que individualiza, mas um tipo específico que, seguindo uma denominação que aparece frequentemente em médicos, psiquiatras, militares, políticos, etc. do século XIX, Foucault intitulou disciplina. Além disso, esse poder é caracterísitico de uma época, de uma forma específica de dominação. A existência de um tipo de poder que pretende instaurar uma dissimetria entre os termos de sua relação, no sentido em que se exerce o mais possível ANÔNIMAMENTE e deve ser SOFRIDO INDIVIDUALMENTE é uma das grandes diferenças entre o tipo de sociedade em que vivemos e as sociedades que a precederam. Enquanto em uma sociedade como a medieval “...a individualização é máxima do lado em que se exerce a soberania e nas regiões superiores do poder..., em um regime disciplinar a individualização, em contrapartida, é “descendente” á medida que o poder se torna mais anônimo e funcional, aqueles sobre quem ele se exerce tendem a ser mais fortemente individualizados; e isso por vigilâncias mais do que por narrativas comemorativas, por medidas comparativas, que têm a norma como referência, e não por genealogias que apresentam os ancestrais como pontos de referência; por separações mais do que proezas. A ação sobre o corpo, o adestramento do gesto, a regulação do comportamento, a normalização do prazer, a interpretação do discurso, com o objetivo de separar, comparar, distribuir, avaliar, hierarquizar, tudo isso faz com que apareça pela primeira vez na história esta figura singular, individualizada – o homem – como produção do poder. O objetivo é neutralizar a idéia que faz da ciência um conhecimento em que o sujeito vence as limitações de suas condições particulares de existência instalando-se na neutralidade objetiva do universal e da ideologia como um conhecimento em que o sujeito tem sua relação com A VERDADE PERTUBADA, OBSCURECIDA, VELADA pelas condições de existência. Todo conhecimento, seja ele científico ou ideológico, só pode existir a partir de condições políticas que são as condições para que se formem tanto o sujeito quanto os domínios de saber. A investigação do saber não deve remeter a um sujeito de conhecimento que seria sua origem, mas a relações de poder que lhe constituem. Não há saber neutro. Todo saber é político. E isso não porque cai nas malhas do Estado, é apropriado por ele, que dele se serve como instrumento de dominação, descaracterizando seu núcleo essencial. Mas porque todo saber tem sua gênese em relações de poder. O fundamental da análise é que saber e poder se implicam mutuamente; não há relação de poder sem constituição de um campo de saber, como também, reciprocamente, todo saber constitui novas relações de poder. Todo ponto de exercício de poder é, ao mesmo tempo, um lugar de formação de saber. É assim que o hospital não é apenas o local de cura, “ máquina de curar”, mas também instrumento de produção, acúmulo e transmissão do saber." (ibidem, p.19 21)
“É claro que é difícil avaliar retrospectivamente o seu grau de consciência. Mas de qualquer forma vocês bem sabem com que facilidade a direção do ( Estado), que não ignorava nada, podia lançar palavras de ordem, impedir que se falasse disso ou daquilo, desclassificar os que falavam...” (Ibidem, p. 3)
Portanto, fazendo uma pequena abordagem sobre o filme “Uma Mente Brilhante”, e considerando que, mesmo baseado na vida real, não podemos apenas ignorar a existência de “FICÇÃO”, de lidar com o impacto tanto de verdade como imaginária do filme em relação a sociedade ou indivíduos, dando ênfase a assuntos psicológicos, econômicos e políticos.
No caso em pauta, por exemplo, vejo como uma forma de referenciar o dito pelo não dito. Um tipo de figura de linguagem metafórica com um embate da ideologia política da época que atravessa tragicamente a vida do gênio. Uma crítica séria do real que pode consistir numa “cuidadosa e bem informada extrapolação sobre os fatos ou abranger áreas profundamente rebuscadas, que contrariam definitivamente os fatos verdadeiros.” (Wikipédia, 2012)
Em minhas vagas lembranças sobre o filme vejo muitos pontos contraditórios e não desenvolvidos, mas que levaram a considerar NASH um doente mental. Numeramos HIPOTETICAMENTE e com ousadia, as diversas situações abaixo:

1.Ao exemplificar a primeira parte do filme no início dessa crítica, pode-se perceber que NASH possui uma tendência a DEFENSOR DA HUMANIDADE, DA DEMOCRACIA E DA LIBERDADE. Busca em sua tese de doutorado “UMA IDÉIA ORIGINAL” que pudesse demonstrar a “DINÂMICA DE GOVERNOS”; e em contrapartida, um EQUILIBRIO que pudesse desfazer a DESIGUALDADE SOCIAL.
2.Os fatos ocorridos narram a história de um gênio pós segunda guerra mundial, e também, da explosão da GUERRA FRIA na RUSSIA.
3. Trabalhou no serviço de inteligência do Governo Americano. SEGREDO E VIGILÂNCIA TOTAL. Que tal recordarmos os fatos ocorridos no “World Trade Center”, “ a invasão do Iraque” etc.
4.É no mínimo estranho que as alucinações de NASH envolvam apenas seus melhores “amigos”. Onde estão os inimigos?

Nessas alucinações vejo agentes secretos que tudo vêem e nunca são vistos, exceto pela VÍTIMA. É nitidamente claro que esse tipo de pressão acontece na vida real como forma de atingir o psicológico do alvo. Assim sendo, me pergunto, quem nunca sentiu a dor de ser traído por seus melhores amigos? Pelo menos, enquanto você acreditava que se tratava de verdadeiro AMIGO. Estão por toda parte: dentro de sua casa, no trabalho, nos passeios, na escola, enfim, em tudo. Eles realmente fazem você acreditar que esta sendo fruto de uma grande amizade, são simpáticos, prestativos, caridosos, amáveis aos extremos. Como não acreditar se não há sinais de falsidade?
Qual seria sua reação no tempo e no espaço ao montar as peças de um quebra cabeça, assim como num filme, e ter a certeza que esses amigos eram a criação de um inimigo oculto para te destruir ou te arruinar? As evidências nos cegam e ninguém consegue ver a essência de um plano perfeito. Lembre-se que na atualidade as crianças são as principais peças de indução à prática do crime.

Volvendo-se as linhas introdutórias, de um lado, a grandiosidade intelectual e a arrogância de John Nash, incomodava seus adversários, e do outro, atraia a geometria secreta do governo americano versus agentes russos infiltrados na América do Norte. Extravazando suposições, naturalmente, o que John Nash não deveria revelar ao mundo, é que seus melhores amigos, embora reais (existência física) não passavam de meros atores do Sistema de Controle Social. Personagens criados para observar e efetuar uma anatomia cognitiva, psicológica e intersubjetiva, que ao atingir seus objetivos, tornavam-se extintos como se nunca houvessem existido. Entende-se, portanto, não a imaginação ou criação da mente, mas, fatos reais dissimulados por mentiras com propósitos “publicáveis, aplicáveis e de resultado”.
Afinal, quem melhor que um amigo para descobrir suas fraquezas?
Por anatomia, in loco, desejar-se-á distinguir como as funções vitais (respirração, digestão, circulação sanguìnea, mecanismos de defesa, etc.) desenvolve um organismo vivo em equilíbrio com ambiente.
Implica em extrair do sepulcro, uma vertente prática da organização interna e externa, métodos preciosos de corte e dissecação, transparência da estrutura do ser.
E por verdade, cria-se laços de afeto como parte integrante da psicologia, manifestando-se sob forma de emoções e sentimentos tão intensos, que inesperadamente abalados, induz a propriedade física da matéria à anulação do corpo em movimento, acompanhado de dor, sofrimento, tristeza, e da articulação política conexa de TODOS contra um. A imposição violenta aliena os indivíduos e os mantem sob controle; dificulta os mecanismos orgânicos e evolutivos, sobrepondo-se a lógica e a verdade.
O que caracteriza a fantasia e a esquizofrenia de John Nash, não são os exageros do seu trabalho secreto, mas quando se “percebe que a sobrinha de Charles nunca cresce, logo não poderá ser real”.

Gente! Essa parte me emociona extremamente.

Num ponto de vista filosófico, a dimensão dos conflitos psicológicos de John Nash podem ser apreciados como estratégia política que encontra na representação do real por diversos personagens principais ou coadjuvantes.
Esses personagens são concretos ou imaginários, na medida da aplicação interna e externa, de forças magnéticas concetradas em polos que permitem concluir com que intensidade a matéria se decompõe.
“Uma Mente Brilhante” vem atestar acontecimentos e pessoas que passam a ser criação da mente de John Nash. Particularmente, não acredito nisso, Nash era fenomenal, paciente e estratégico. As evidências demonstram loucura, porque é assim que o Sistema de Controle Social funciona.

Sem lar, sem amigos, sem família, perdas e danos, tudo a favor de um desvio psicológico. Era preciso proteger-se e neutralizar os átomos que teimam em revolvê-lo ao profundo labirinto da esquizofrenia, tanto quanto, desativar as armadilhas letais que transformam sua vida em um “cubo”.
Imagine em um filme de artes marciais, onde o desempenho rápido, eficaz e inteligível de um ninja produzem seus efeitos e resultados sem que a vítima possa pestanejar uma defesa ou se dar conta do que é real ou imaginação.
Imagine se deparar a um palmo de distância com os clones do agente Smith no filme MATRIX. Qual deles é o verdadeiro Smith? Substitua o agente por um desses amigos criados pelo sistema e perceba o colapso total entre a mente e o ambiente. A semelhança, a maquiagem, o comportamento, o enigma, todos, e em profundo silêncio, se confundem com a realidade exterior sem demonstrar o ponto de referência para a percepção do conhecimento, logo, o reconhecimento.
Agora, imagine a cena de John Nash Forbes Jr. no momento em que ele tem um surto no pátio da Universidade rodeado por vários estudantes que nada fizeram para ajudar. A confusão está formada e “viva a dúvida”. Teria NASH reconhecido algumas dessas pessoas, ou, todas elas, como personagens do SISTEMA? Personagens que agem em silêncio com o objetivo de confundir a mente da vítima, e em consequência disso, entra em colapso quando percebe que é um jogo entre pessoas desconhecidas que estão corrompidas e alienadas com vontade determinada de destruição do ser. Um jogo de FANTASMAS. Inútil gritar, falar ou tentar justificar. Carregar a certeza que sua vida está sendo controlada e destinada a seguir um caminho diverso de seu sonho.   O que prevalece é o CINISMO descarado do sistema. E por que? Com que direito? A exemplo podemos citar BULLYINGS em sala de aula, no trabalho, enfim, em todos os lugares sem porque e nem para que. Por eles, tudo que disser não terá jamais significado algum, e ao contrario, tudo será distorcido da própria realidade com tanta facilidade que imobiliza a vítima. REDUCIONISMO... "Um dos principais inimigos da liberdade, no homem, é o reducionismo. Qualquer tipo de reducionismo é frustrante, principalmente, os que reduzem o homem a um produto." 
 A finalidade torna-se, então, quebrar o código do cubo”.
Por que os melhores amigos de John Nash?
A resposta é simples. São eles que harmonizam a vida de alguém considerado anti-social e insociável. Preenchem a vida com amor, alegria, solidariedade. “Necessidade que temos de contar com o apoio uns dos outros, mesmo quando autosuficientes”.
É preciso muito equilíbrio. Olhar as coisas simples, apenas por um ângulo vertical, tudo lhe parecerá real, natural, porém, sensível a pressão e massacrada por “armadilhas tecnicamente ativadas”.
5. A estratégia de NASH em decifrar códigos colando papéis em parede é bem real, mas não teria sido demonstrado um certo exagero na quantidade?
6. As cartas que nunca foram abertas. Será? Por quem, então, foi descoberto seu paradeiro? “SOL” um AMIGO de NASH que o seguia nas supostas noites de delírios, mas que nunca lhe falou sobre o assunto; o mesmo vulto que NASH via quando afirmava que estava sendo seguido; o mesmo que de forma desconcertante perguntou a sua esposa como andavam a relação do casal? O mesmo que contou a Alícia, esposa de NASH, as loucuras cometidas por ele.
7. Ao que pese minhas recordações sobre o filme, nunca foi demonstrado atos de agressão por parte de NASH; ao contrário, não foi ele quem quebrou o espelho do banheiro de sua casa.

8. NASH é internado exatamente no momento em que estava prestes a contar a CHARLES, seu melhor amigo, sobre os segredos que envolvia seu trabalho secreto. E como se sucedeu sua internação? Quem foi o responsável por autorizar a internação de NASH, pois, até então, constava-se que poucas pessoas conheciam seus delírios.

Volvendo-se a primeira pergunta da internação, NASH foi surpreendido em plena palestra na Faculdade, onde todos presenciaram a forma humilhante e pública que ele foi levado ao hospício. E por que não de forma amigável, quando tivesse em tranqüilidade no aconchego de seu lar limitando-se a sua privacidade?

EQUIVALE DIZER NOVAMENTE: “PARA TRIUNFAR SÃO PRECISO RESULTADOS PUBLICÁVEIS, APLICÁVEIS, RESULTADOS” – ISSO É FORMA DE GOVERNO.

9. Quanto ao CHIP implantado no braço de NASH? Teria sido a demonstração de uma vigilância permanente? Qual ligação teria com as especulações que afirmam que a humanidade, num futuro bem próximo, será controlada por chips? Alguém, além da equipe médica viu NASH tentar arrancar com as mãos esse CHIP que estava implantado no braço? Quais as possibilidades de ter sido uma simulação para encobrir uma CIRURGIA DE REMOÇÃO do CHIP implantado?

10. Com tantas preocupações que navegavam a mente de NASH, ao meu ver, era tão somente um STRESS CRÔNICO - “uma ilusão mental/emocional individual e coletiva. O perigo disso; reside no fato de que tudo que acontece no campo da energia pode se concretizar e se materializar nesta dimensão, a exemplo dele ter esquecido o filho na banheira acreditando ter deixado alguém com a criança. O QUE NASH PRECISAVA ERA UM LONGO DESCANSO PARA O CORPO E PARA A MENTE. Quer afirmar que: quem nunca esqueceu seu carro em determinado estacionamento e se dirigiu a outro lugar diverso? Quem nunca esqueceu o que estava conversando com alguém em um diálogo e fez a pergunta – O que eu estava falando mesmo, heim?
São momentos de ausência ligadas as diversas informações que a mente captura e que te direciona por alguns segundos em outra dimensão.



11.” Nash permaneceu dentro e fora de hospitais psiquiátricos até 1970, onde passou por tratamentos que utilizavam eletroconvulsoterapia e medicamentos antipsicóticos. Depois de 1970, à sua escolha, ele nunca mais tomou medicação antipsicótica novamente. Nash começou a desenvolver uma recuperação gradativa com o passar do tempo. Porém, é polêmico enquadrar o famoso cientista como um quadro clínico clássico e definitivo de esquizofrenia. A maioria dos estudos aponta que a esquizofrenia tem gradação de aumentar ao longo dos anos do paciente, sendo considerada uma doença mental grave sem cura, apenas sendo controlada, mas nunca recuperável. Há de se confirmar que com, o envelhecimento da pessoa portadora de esquizofrenia, outras doenças degenerativas da terceira idade podem agravar a cronificação e sedimentação dos sintomas positivos e negativos de todos os tipos de esquizofrenia, como a senilidade e demências decorrentes da idade avançada. Pela sua genialidade, o mais provável é que o cientista teve um mal diagnóstico da doença e seja portador de transtorno esquizofreniforme que são idênticos aos da esquizofrenia, porém não duradouros, cronificados nem sedimentados, mas episódicos, transitórios e paroxísticos.” (Wikipédia, 2012)

Aqui, minhas teorias se confirmam, no mínimo, no que tange a internação preciptada do gênio. John Forbes Nash Jr., esse é o cara. Repare que a única forma que ele encontrou de provar que não era um louco ou paranóico foi ASSUMINDO A DOENÇA dizendo: Sim, EU ESTOU LOUCO, mas não quero voltar para o hospital e farei o tratamento em casa.
Além da lógica, Nash sabia o que tinha que fazer e acima de tudo calar-se explorando uma teoria que justificava não apenas a MATEMÁTICA, mas a trajetória VIVIDA POR ELE como um PARANÓICO durante 11 anos denominada "O Equilíbrio de Nash" - representa uma situação em que, em um jogo envolvendo dois ou mais jogadores, nenhum jogador tem a ganhar mudando sua estratégia unilateralmente.
Para melhor compreender esta definição, suponha que há um jogo com n participantes.
 
"No decorrer deste jogo, cada um dos n participantes seleciona sua“Estratégia” ótima, ou seja, aquela que lhe traz o maior benefício. Então, se cada jogador chegar à conclusão que ele não tem como melhorar sua estratégia dadas as estratégias escolhidas pelos seus n-1 adversários (estratégias dos adversários não podem ser alteradas), então as estratégias escolhidas pelos participantes deste jogo definem um "equilíbrio de Nash". (Wikipédia, 2011)
ISSO É GENIALIDADE. AO INVÉS DE ATACAR SEUS ADVERSÁRIOS, COM NOBREZA, OPTOU PELO “BEM COMUM”. OBRIGADA NASH.
"Um conjunto de estratégias X* S é um equilíbrio de Nash caso nenhuma alteração unilateral da estratégia é rentável para este jogador", ou seja:

V i,X i Si, X i ≠ X *i:( X *i , X *-i ) ≥ (X *i , X *-i)
 12. “O filme Uma Mente Brilhante relata a história de um grande matemático americano, John Forbes Nash Jr. O matemático é um rapaz tímido e introvertido, com dificuldades de socialização, no entanto é extremamente inteligente, que está sempre às voltas com a busca de sua idéia original. Gênio precoce, elaborou uma teoria revolucionária sobre economia e, com isso, conseguiu o reconhecimento e o trabalho que buscava.
Durante o exercício de sua função, suas esquisitices são aceitas normalmente, devido ao meio ao qual pertence, que é tolerante com comportamentos extravagantes. Nash se vê envolvido em conspirações e códigos que o envolve confidencialmente ao serviço secreto dos Estados Unidos. Este envolvimento trás perturbações, que o faz perder o controle sobre sua mente, evidenciando um mundo de paranóia e esquizofrenia. “ (Nassif, 2010)
13. “ O filme traz idéias e valores contraditórios que vão sendo mostrados no decorrer da história. No início, fica evidente o preconceito contra o jovem desconhecido ganhador da bolsa da universidade, o individualismo e a competição entre os estudantes. A genialidade e a criatividade de Nash são abordadas em seguida, com referências aos trabalhos desenvolvidos. No final, o que prevalece são a solidariedade, a amizade, o reconhecimento, a tenacidade, o carinho e a vitória acachapante do amor contra todas as adversidades.” (Nassif, 2010)

14. Existe indícios que na época vivida por NASH existia um plano de extermínio da humanidade. Lembre-se que Hitler tentou conquistar o mundo...


15. “Durante o filme podemos observar algumas frases citadas por John Nash, que trazem significados pertinentes:


“Reconhecimento ou realização? Há alguma diferença?”

“Chega de olhar para o espaço. Vou olhar para a parede como querem.”
“O gênio vê a resposta antes da pergunta.”
“O homem é tão atroz quanto criativo.”
“Acredito que decidir as coisas dá sorte.”
“Acredito em designar valor às coisas.”
“Não se tem certeza de nada. Essa é a única certeza que tenho.”
“As atividades estão aí disponíveis. É só acrescentar significado.”
“Preciso acreditar que algo extraordinário é possível.”
“É somente nas misteriosas equações do amor que qualquer lógica ou razão pode ser encontrada.” (Nassif, 2010)

Enfim pouco se sabe sobre o trabalho misterioso de John Forbes Nash – o início, o meio e o fim a serviço militar dos Estados Unidos, momento pelo qual a PARANÓIA de Nash veio à tona. Portanto, todas as hipóteses levantadas são apenas hipóteses, mas uma história que somente me convenceria se fosse pessoalmente contada por ele. E ai JOHN NASH, posso te conhecer?

REFERÊNCIAS:

Crítica do Filme

Filme: Uma Mente Brilhante.Diretor: Ron Howard.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

Equilibrio de Nash. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Equil%C3%ADbrio_de_Nash

John Forbes Nas. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Forbes_Nash

Literatura Fantástica. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_fant%C3%A1stica

Por
tal Luis Nassif. Disponível em:
http://www.luisnassif.com/profiles/blogs/documentario-uma-breve

  

O HERÓI INVISÍVEL

MODIFICA PUBLICAÇÃO DO FACEBOOK EM 03 DE JULHO DE 2011.


A VERDADEIRA HISTÓRIA DE "DOM QUIXOTE DE LA MANCHA" NA INTERPRETAÇÃO DE UM HERÓI E IDEALISTA DA HUMANIDADE.
Retirem as vendas dos olhos, acordem a Mente Adormecida e explorem o infinito...
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)

"Ás" de Espadas fora do baralho. Grandes negócios, pequeno empresário. Muito prazer me chamam de otário. Por amor às causas perdidas." (Dom Quixote, Engenheiros do Hawaii)
Ingênuo, velho, andante e sonhador, Dom Quixote se identifica genuinamente com um mundo de ilusões até que seja esgotada todas as suas forças. Busca um ideal que para muitos é apenas loucura, delírio e ilusão. Quer afirmar nas palavras de José Ingenieros em sua obra “ O HOMEM MEDÍOCRE” que:


quando colocamos a proa visionária na direção de uma estrela qualquer e nos voltamos às magnitudes inalcansáveis, no afâ de perfeição e rebeldes à mediocridade, levamos dentro de nós, nesta viagem, a força misteriosa de um ideal. É um fogo sagrado capaz de nos levar a grandes ações. Se tal força morrer dentro de nós, ficaremos simplesmente inertes; não passamos, neste caso, da mais gelada bazófila humana. Na verdade, apenas vivemos por causa desta partícula de sonho que colocamos sobre o real. Ela é, com propriedade, a flor-de-lis de nosso brasão, o penacho de nosso temperamento. Inumeráveis signos a revelam:

aperta-nos a garganta quando nos recordamos da CICUTA imposta a Sócrates, da cruz erguida por CRISTO e da fogueira acesa a GIORDANO BRUNO; abstraímo-nos no infinito quando lemos o diálogo de PLATÃO, um ensaio de Montaigne ou um discurso de HELVÉCIO; quando nosso coração estremece pensando na desigual fortuna destas paixões, nas quais fomos, alternadamente, o Romeu de tal Julieta e o Werther de tal Carlota; quando nossos sentidos gelam de emoção ao declamarmos uma estrofe de Musset, que surpreendentemente rima de acordo com nosso sentir; quando, finalmente, admiramos a mente preclara dos gênios, a sublime virtude dos santos, a magna façanha dos heróis, inclinamo-nos com igual veneração diante dos criadores da VERDADE E DA BELEZA. Nem todos, é preciso que se diga, extasiam-se diante de um crepúsculo, sonham frente à aurora ou se arrepiam na eminência de uma tempestade. Nem tampouco gostam de passear com Dante, rir com Moliére, tremer com Shakespeare ou assombrar com Wagner; nem mesmo emudecem diante de David, da Ceia ou do Paternón. É PARA POUCOS ESSA INQUIETUDE DE PERSEGUIR AVIDAMENTE ALGUMA QUIMERA, venerando filósofos, artistas e pensadores que fundiram em síntese supremas suas visões do SER e da ETERNIDADE, voando para além do REAL. OS SERES DESTA ESTIRPE, CUJA IMAGINAÇÃO É POVOADA DE IDEAIS E CUJO SENTIMENTO POLARIZA EM DIREÇÃO A ELES TODA A PERSONALIDADE, FORMAM UMA RAÇA DISTINTA DENTRO DA HUMANIDADE: SÃO IDEALISTAS. (INGENIEROS,2006)(grifos e destaques nossos)

Numa visão mais realista,[ DULCE--?]não é nenhuma amada e nem amiga de DOM QUIXOTE. Ela é uma DEUSA, ou seja, vem representar a tão sonhada e desejada DEUSA DA JUSTIÇA QUE JULGA A CADA PESSOA DE ACORDO COM SEU MÉRITO COM PRUDÊNCIA, ORDEM, REGRA E COM AQUILO QUE A CONSCIÊNCIA E A RAZÃO DITAM COM EQUIDADE, EQUILIBRIO E JUSTEZA DAS DECISÕES NA APLICAÇÃO DA LEI, porém, de olhos vendados não por imparcialidade, mas por ilegalidade e injustiças, que [?- -NÉIA], um ser espiritualmente INFERIOR, distribuidora de farinha de trigo, perversa, e de tanta incompetência, levaria OS SETES PECADOS CAPITAIS ser insuficiente para defini-la. Por isso a idéia de um nome feminino para SIMBOLIZAR A JUSTIÇA.  Portanto, Néia com o auxílio de mais três mulheres: Lua, Mar e Rocha, as duas primeiras residentes de um mesmo bairro, em conluio com um operador do mundo invisível, e assim por diante, formam uma organização criminosa internacional e que evolui rapidamente a cada dia, atraindo incontáveis inimigos que desejam derrotar DOM QUIXOTE.
NÉIA, representando todos os maiores inimigos de DULCE, e que por demasiada injustiça e crueldade, planejou, premeditou, difamou, injuriou, caluniou e ameaçou o velho e o bom DOM QUIXOTE.
Deste contraste, DOM QUIXOTE segue por caminhos árduos na tentativa de encontrar DULCE – A DEUSA DA JUSTIÇA – e que por sua natureza são caminhos convergentes.

As formas infinitas do ideal são complementárias: jamais contraditórios, ainda que assim o pareça. Se o ideal da ciência é a verdade, da moral o Bem e da arte a Beleza, formas preeminentes de toda excelência, não se concebe que se possam ser antagonistas.” Cada época tem certos ideais que pressentem melhor o porvir, entrevistos por poucos, seguidos pelo povo ou afogados por sua indiferença, ora orientá-lo como pólos magnéticos, ora a quedar latentes até encontrar a glória em momentos de clima propício. E outros ideais morrem, porque são crenças falsas: ilusões que o homem forja sobre si mesmo ou quimeras verbais que os ignorantes perseguem dando golpes na sombra. Sem ideiais seria inexplicável a evolução humana. Eles existiram e sempre existirão. Palpitam por detrás de todo esforço magnífico realizado por um homem ou um povo. São faróis sucessivos na evolução mental dos indivíduos e das raças.(INGENIEROS,2006)


CONTINUA INGENIEROS: “FRENTE A ESTES HERALDOS, EM CADA PEREGRINAÇÃO HUMANA, ADVERTE-SE UMA FORÇA QUE OBSTRUI TODOS OS SENDEIROS: A MEDIOCRIDADE, QUE É UMA INCAPACIDADE DE IDEAIS.”

Assim concebido, transformam-se em obstáculos e seus oponentes invertem toda a verdade como se fossem, apenas, uma manifestação de loucura ou de uma busca inútil sem fins e sem resultados. ENGANAM-SE TOTALMENTE, pois, nenhum herói usufrui de sua luta, mas conscientemente percorrem por esses caminhos para que uma trilha seja formada AO ALCANCE de um BEM JURÍDICO futuro.
“A excessiva prudência dos medíocres pretende paralisar, sempre, as iniciativas mais fecundas”. Humilham, Dominam, Oprimem. No caso concreto, DOM QUIXOTE mostra este lado FIGURATIVO DA LINGUAGEM quando ele vê o MOINHO DE VENTO como um INIMIGO que ele desafia e tenta atingir, sendo implacavelmente lançado a distância.
O MOINHO como peça essencial da história, representa, além de seu significado semântico, o gigantesco obstáculo que todo herói, gênios, filósofos, justiceiros e representantes dos DIREITOS HUMANOS, DAS CAUSAS PERDIDAS, DA VERDADE E DA JUSTIÇA enfrentam. Dificuldades que os separa da potência de seus inimigos ocultos frente a impotência de sua fragilidade humana de reagir com a mesma crueldade e deliberação.


A psicologia dos homens medíocres caracteriza-se por um traço comum: a incapacidade de conceber uma perfeição, de formar um ideal. São incapazes de virtude; não a concebem ou ela lhes exige demasiado esforço. Nenhum afã de santidade encrespa o sangue em seu coração; muitas vezes não cometem crimes por covardia diante do remorso. Não vivem sua vida para si mesmos, senão para o fantasma que projetam na opinião de seus semelhantes. Carecem de linha; sua personalidade se borra como um traço de carvão sob o esfuminho, até desaparecer. Tocam sua honra por uma prebenda e trancam à chave a sua dignidade para evitar um perigo; renunciariam a viver antes de gritar a verdade frente ao erro de muitos. Seu cérebro e seu coração estão entorpecidos por igual, como pólos de ímã gasto. Quando se juntam, são perigosos. A força dos números supre a debilidade individual: juntam-se aos milhares para oprimir quantos desdenham encadear sua mente com os grilhões da rotina.(grifos nossos – (INGENIEROS,2006)
Outro ponto figurativo é quando DOM QUIXOTE liberta os PRISIONEIROS. Pergunta-se: São eles na figura de linguagem CRIMINOSOS ou INOCENTES apenados pela MÁQUINA ASSASSINA?
Para dar a resposta seria preciso ler o livro por completo, mas com toda ousadia é preciso afirmar que se trata de uma METÁFORA que traduz a idéia de que os verdadeiros culpados, assassinos e corruptos estão LIVRES, enquanto, os inocentes encarcerados aos números, pagando por um crime que não cometeram.
Importante ressaltar ainda, a ARMADURA ENFERRUJADA E O CAMINHO TRILHADO, usados por DOM QUIXOTE PARA REPRESENTAR O TOTAL DESCASO NA PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E FUNDAMENTAIS, também a FALTA DE SEGURANÇA COLETIVA E INDIVIDUAIS. Mais uma vez, nas palavras de Ingenieros, concluímos:


Providos dos gens de nossos antepassados, recebemos durante a infância e a adolescência, uma miríade de normas sociais; deveriam elas, por princípio, aprimorar-nos para uma vida superior. Elas o fazem; mas por caminhos escusos. Pois representam, de acordo com o simbolismo várias vezes empregado por Nietzsche, toda a carga depositada sobre a corcova do pobre camelo, que a carrega a cada dia em maior número, com maior pesar, indiferente aos olhos do seu dono. Acontece-nos carregar a carga até o dia em que, por qualquer destas indefectáveis forças misteriosas, internas ou externas, nos vemos obrigados a tomar o caminho que não é de ninguém. Deixamos o hábito, a rotina, e seguimos esse algo extasiados, envoltos no odor agradável de uma sonhada liberdade de ser. Ocorre que ainda somos camelos e temos sobre as costas um peso que nos fatiga e não nos permite o mergulho pleno nesta liberdade. Então, conforme Nietzsche, topamos pela frente com um tremendo dragão verde, soltando bolas de fogo pelas vossas narinas, que nos sacode de nós mesmos num grande e largo susto; este é o momento crítico, pois, não há volta: temos que enfrentar, na nossa condição de camelo, o feroz dragão que nos impede, sem qualquer escrúpulo, de prosseguirmos no nosso caminho. (INGENIEROS,2006)
Concluindo, de acordo com a nossa contemporaneidade, O VELHO DOM QUIXOTE, desdentado, fraco, doente e fracassado, representa: 

por deformação da tendência egoísta, que alguns homens estão naturalmente a invejar aos que possuem tal superioridade por eles desejada em vão; a inveja é maior quando mais impossível se considera a aquisição do bem cobiçado. É o reverso da emulação; esta é uma força propulsora e fecunda, sendo aquela rêmora que trava e esteriliza os esforços dos invejosos. O talento, a beleza, a energia, quiseram ver-se refletidos em todas as coisas e intensificados em projeções inúmeras; a estultícia, a fealdade e a impotência sofrem tanto ou mais pelo bem alheio que pela própria desdita. Por isso toda superioridade é admirativa e todas subjacência é invejosa. Admirar é sentir-se crescer na emulação com OS MAIORES.” (INGENIEROS,2006)
DE LA MANCHA: TIREM SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES. O NOME DIZ TUDO. 
Portanto, a nova era de DOM QUIXOTE não reflete a renúncia, a transação e nem a desistência, mas, A RESISTÊNCIA. Sem se importar se todo o seu esforço ao invés de lhe proporcionar honras lhe trouxe a miséria, a fome e a opressão, continuará a lutar com dignidade. Sua morte não será por debilitação física, a menos que induzida, mas, por forças vulgares que covardemente lhe praticam o crime de homicídio.

Carla Luciene

Referências: INGENIEROS, José. O homem medíocre; tradução: Lycurgo de Castro santos; São Paulo: Ícone, 2006.

NOTA:
[1] DULCE com letra "e", faz referência a personagem  "Dulcinéia" de Dom Quixote de La Mancha abrangendo outros pormenores não relacionados com a obra literária. "Pedi-lhe que ma decifrasse, e ele, sem interromper o riso continuou:  - o que se lê aqui nessa margem, ao pé da letra, é o seguinte: Esta Dulcinéia del Toboso, tantas vezes mencionada na presente crônica, dizem que para a salga dos porcos era a primeira mão de toda a Mancha."