DIVIDIR PARA DOMINAR

Trechos da matéria postada no Facebook em 09.10.2011

No pensamento do conquistador político inglês Cecil Rhodes que afirmava:  “... essas estrelas ... esses vastos mundos que nunca poderemos atingir. (...) se eu pudesse, anexaria os planetas”

“Nestes parênteses de cortiça aventuram-se as mediocracias por senderos ignóbeis. A obsessão de acumular tesouros materiais, ou torpe afã de usufruí-lo na folga, borra do espírito coletivo todo rastro de sonho. Enaltecem-se ganhões, pois não florescem gênios:  as criações e as profecias são impossíveis se não estão na alma da época.
A aspiração do melhor não é privilégio de todas as gerações. Atrás de uma que há realizado um grande esforço, arrastada ou comovida por um gênio, a seguinte descansa e se dedica a viver de glórias passadas, comemorando-as sem fé; as facções disputam os mecanismos administrativos, competindo em manusear todos os sonhos.  A míngua destes se disfarça com excesso de pompa e de palavras; cala-se qualquer protesto dando participação nas festividades; proclamam-se as melhores intenções e se praticam baixezas abomináveis; mente a arte; mente a justiça; mente o caráter.  tudo mente com a anuência de todos; cada homem põe preço à sua cumplicidade, um preço razoável que oscila entre um emprego e uma condecoração.” (INGENIEROS, 2006)

Perspectiva que A NOVA ORDEM SOBERANA cria para emergir sua ideologia política – “um golpe de Estado” direcionado a acomodação de mercados, de chefes de Estado, da segurança, da justiça, da religião e do povo. Porém, como toda conquista, esta também não aconteceu sem resistência. Era preciso, então, um exemplo de obediência para garantir o respeito através de um poder com capacidade de exigibilidade sobre ações violadoras, principalmente, de casos mais dramáticos e flagrantes, como os de tortura, de desaparecimento forçado, de restrição ás liberdades de opinião e de credo, de massacres e genocídios, de “limpezas étnicas, de deslocamento forçado de populações, etc.

 Trata-se da “singularidade do totalitarismo, como uma forma de governo baseada na organização burocrática de massas e apoiada no emprego do terror e da ideologia. Sublinhar como a ubiqüidade do medo e a descartabilidade generalizada das pessoas, que permitiram, a dominação total, explicitadora de uma ruptura do valor da pessoa humana, e questionadora das esperanças, alimentadas pelo liberalismo e socialismo, e progresso da espécie (...)” (ARENDT, 2007)

Para sua eficácia são escolhidas pessoas mais idôneas, de tal honestidade e sinceridade IMENSURÁVEIS que as profundezas e a imensidão do oceano se tornariam síntese do seu “caráter excelente”. É gente que carrega a pobreza em seu bolso, mas nobreza em seus atos. Kant, ao mencionar A REVOLUÇÃO FRANCESA poderia defini-la como uma representante positiva no direito de todo um povo no que tange não ser impedida de lutar por uma VIDA CIVIL DIGNA, constatando brilhantemente ser “essa revolução de um povo rico de espiritualidade”. Ainda que na miséria e na crueldade, encontra-se em total “ENTUSIASMO” – participação no bem com PAIXÃO”, definindo o entusiasmo como algo que é ideal e puramente moral, buscando o direito a liberdade, a um governo patriarcal que atribuísse ao povo a “paz perpétua”. E que por Hegel, denominaria de a revolução de “esplêndida aurora”, metáfora que expressa o início de uma nova era e a afirmação dos direitos naturais, em destaque A LIBERDADE. (BOBBIO, 2006)

A premissa maior desse processo está na formação de UM SISTEMA DE CORRUPÇÃO GLOBAL E REGIONAL DE PODER ABSOLUTO.

Malgrado todos os sacrifícios e se o homem tivesse o hábito de reflexão para resolver os problemas que lhe impõe, perceberia que o Estado que deveria ser um aparelho regulado, seguro e eficaz, tornou-se uma monstruosa e unilateral máquina econômica.  Fato é que o maquinismo que por fim eclodiu, o santificou e o ponderou de atributos e poderes ilimitados, pois, “estes por muito capazes que sejam, são homens, com as poucas virtudes, os inúmeros vícios e as irremediáveis limitações da criatura humana”. Manter a ordem e administrar a justiça é tarefa árdua e difícil na sociedade moderna. A crueldade de crimes se expande com tamanha freqüência e naturalidade, que a CORRUPÇÃO do Estado e dos homens maus, impera em perfeita harmonia enquanto a humanidade se dilacera, onde a ameaça, a miséria, a guerra, o terror e o medo, sob os próprios olhos da autoridade e porque não com a participação simulada desta, mata, corrompe, tortura e humilha o homem excelente. “A justiça, não obstante todos os progressos e melhorias são cara e morosa para todos, e quase inacessível para os humildes. Os gangsters, os peculatários e os organizadores de empresas fraudulentas ludibriam durante anos a polícia e a justiça, e para cada um que é encarcerado há vários em completa liberdade. Enquanto os autores de inúmeros crimes permanecem ocultos, não raros os inocentes são perseguidos, difamados e condenados. Por que o Estado erra tanto? (...) erram no cuidar de seus mínimos e simples interesses particulares, muito mais terão de errar ao cuidar dos vastos e complexos interesses de milhões de indivíduos que vivem em sociedade.” (INGENIEROS, 2006)

“A TIRANIA DO CLIMA É ABSOLUTA:  NIVELAR-SE OU SUCUMBIR.”

O pacto celebrado permite legitimidade a CORRUPÇÃO pressupondo o consentimento de seus súditos, devendo ser reconhecido como tal, recaindo em sanções aquele que não lhe garantir obediência.

Roubar e corromper não são mais a essência da CORRUPÇÃO. Nos tempos hodiernos isso é muito fácil. O espírito e o entusiasmo da idade moderna passa a prática AVENTUREIRA DE TODOS OS CRIMES HEDIONDOS, onde a  competição visa a exclusividade, a omissão e DESTRUIÇÃO DE PROVAS - documentais ou testemunhais. O dinheiro está tão fácil que paira pelo ar. As favelas não são mais de pau e barro. O discurso da “FOME ZERO” é extraordinariamente verdadeiro. Já não se consome mais o fubá, mas a farinha de trigo, o churrasco e a gasolina.

Competir, é sinônimo de matar com exclusividade e fazer parte de uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA”. É atração fatal e as palavras chaves são: “um bom lugar para se viver e investir”. O Maior pacote de obras de todos os tempos e em tão pouco tempo.

UMA CIDADE CONDENADA, VENDIDA E SUBSTITUÍDA.

 Concluindo, “conseqüências imediatas do funcionalismo são a servilidade e a bajulação. Sua inteligência apenas se aguça para farejar o desejo do amo. Subordina seus gostos ao de seu dono, pensando e sentindo como ele o ordena: sua personalidade não está abolida, mas pouco falta para tanto. Pertence à raça dos “COVARDES FELIZES”. (INGENIEROS, 2006)

Na prática, isso significa uma concepção governamental ao extermínio contra aquelas raças ou indivíduos “Indignos de viver”, ou seja, para aqueles que não concordam com o processo imposto ou o SISTEMA DE CORRUPÇÃO FIXADO, são reduzidos aos métodos de intimidação, violações e exílio, onde sua independência e liberdade, se levantará sobre ruínas e bloqueada a qualquer gesto.

 “A nação recém nascida será condenada à solidão. Ninguém lhe comprará, ninguém lhe venderá e ninguém a reconhecerá.”

CONTUDO, PORÉM E TODAVIA ...

“TODO AQUELE QUE PENSA COM CABEÇA PRÓPRIA, OU TEM UM CORAÇÃO ALTIVO, APARTA-SE DO PÂNTANO ONDE PROSPERAM OS ENVILECIDOS.”

REFERÊNCIAS:

ARENDT,Hannah. Origens do Totalitarismo. 7. ed. São Paulo: Companhia das letras, 2007.

BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de janeiro: Campus, 1992.

INGENIEROS, José. O homem medíocre. Tradução: Lycurgo de Castro santos. São Paulo:  Ícone, 2006.

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