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domingo, 24 de fevereiro de 2013

ELTON JOHN, STRANGE FORCE

Atualização em 02.03.2013 ás 21:34 h
Ohh!!! Esses homens são demais...


"A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar." (Fernando Pessoa)

Elton John, com 450 milhões de discos vendidos, é um dos maiores fenômenos da música.  Ultrapassando 40 anos de carreira, surpreende.  Emoção garantida e fascinação mundial.  Suas músicas estremecem a razão e alertam sobre as “grandes mãos na escuridão”.  Pensar, sentir... degustar, explorar sem ser vulgar.  Um exemplo marcante foi  a composição da canção “Candle in the Wind” em 1973 para Norma Jean. Passagens, extremamente significativas marcam a diferença de fundo que nos deixa cara a cara com o inimaginável e o impensável como:


You had the grace to hold yourself while those around you crawled. They crawled out of  the woodwork and they whispered into your brain. They set you on the treadmill and they made you change your name. (…) Loneliness was tough the toughest role you ever played. Hollywood created a superstar and pain was the price you paid. (Elton John)

Por fim, fecha com chave de ouro a canção quando define Norma Jean em um único verso: “More than just our Marilyn Monroe”.

Em seguida criou-se uma nova versão para um amigo, talvez, John Lennon, não sei, e a Princesa Diana.
Em total semelhança ou admitindo interferência da T.C, e ainda, filosofando sobre a performance das canções de Elton John, vejo dois lados bem distintos na interpretação da música "Sorry Seems to Be the Hardest Word", 1976: uma que retrata o amor com paixão abalado pelos erros em busca do perdão, e a outra, que trata de uma série de reflexões "diversas e articuladas por pessoas que compreendem, em larga medida, o que fizeram e ainda esperam ser perdoadas". Vejamos a segunda situação:

“What have I got to do to make you love me? What have I got to do to make you care?


“Compreender o que os seres humanos são capazes de fazer uns aos outros não de forma espontânea, mas quando mobilizados para pensar que outros seres humanos – pessoas que eram seus amigos de escola, vizinhos, colegas de trabalho e irmãos da paróquia – não são de modo algum seres humanos, e quando organizados e orientados para empreender o massacre.” (HATZFELD, 2005, p. 8)
Há meio século os conflitos contemporâneos cujo alvo prioritário são as populações civis suscitam novas perguntas sobre o perdão: pode-se conceder um perdão aos autores de todos os crimes coletivos?  Aos decisores de crimes do Estado, de crimes contra a humanidade? Pode-se conceder um perdão coletivo a uma comunidade ativa ou cúmplice desses crimes, a um povo majoritariamente solidário, a um Estado culpado de crimes em grande escala? Aos que pedem mas não assumem seus crimes? (ibidem, p.217)
Em testemunho no caso do genocídio em Ruanda, 1994, Sylvie responde:
(...) Quem olhou o vizinho abrir o ventre das moças para matar o bebê diante dos olhos delas, não há nada a perdoar. Não há por que desperdiçar palavras para falar desse assunto com essa gente.  Só a justiça pode perdoar... Uma justiça que ofereça um lugar à verdade, para que o medo se esvaia...” (Ibidem, p.218)

PENSAR... SENTIR. EXPERIMENTE ESSE ALIMENTO.

REFERÊNCIA

HATZFELD, Jean. UMa temporada de facções: relatos do genocídio em Ruanda. São paulo: Companhia das letras, 2005.

EM CONSTRUÇÃO...



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